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Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2015

No alto da torre...

No alto da torre um sino dobra com todo o vigor, o eco das badaladas ecoa, aqui, em meu redor, agita-se numa suave brisa a verde vegetação e até o correr do rio se assemelha a uma oração. No alto da torre um sino velho e bastante pesado que com a sua voz metálica nunca será ignorado, uma estranha serenidade envolve este lugar e até o meu coração parece deixar de palpitar. No alto da torre um velho sino de bronze forjado, uma existência sem futuro e alheia ao seu passado, uma serenidade desce sobre a minha existência e deixa-me presa num estado de suave dormência. No alto da torre um sino dobra com todo o vigor, com ancestrais badaladas de fé, de glória e louvor, acalma-se numa suave brisa o meu inquieto coração e fecho os olhos... absorta numa interior contemplação. .
"Boa tarde, Acuso a receção da sua candidatura. Em primeiro lugar, quero agradecer o envio da sua candidatura e em segundo lugar quero dar-lhe as felicitações por ter sido uma das autoras selecionadas após análise, para participar na obra "Sensualidad(es)", com a inclusão de 4 poemas e biografia." Adorroooooooo estas boas notícias que aquecem a alma nestes dias frios de Outono e enchem o ser de nova luz, esperança e inspiração. Um cheirinho de um dos textos que vai fazer parte desta Antologia "Sensualidades!... Olho para ti, fecho os olhos e sorrio interiormente... se as pessoas te conhecessem como eu te conheço... tens esse ar de menino todo bem comportado, sempre bem vestido e impecavelmente barbeado, esse ar inocente, distante, discreto, quase anónimo... mas eu sei quem se esconde por trás dessa máscara... sei que com o simples som da tua voz no meu ouvido (...) O resto... o resto vão ter de esperar para ler :)

Já não sinto nada...

(Directamente do baú... do meio das folhas esquecidas e fechadas no tempo...) Já não sinto nada. Quero. Tento. Não consigo. Já não consigo sentir nada por ti... Não sinto amor, nem carinho, nem amizade, não sinto ternura, nem desejo, nem saudade, não sinto tristeza, nem mágoa, nem dor, não sinto ódio, nem raiva, nem sequer rancor. Já não consigo sentir nada por ti. Não sinto a paixão que um dia nos juntou, não sinto a cumplicidade que nos aproximou, não sinto vontade de saber de ti ou estar contigo, não sinto nada por ti... nem sequer te quero como amigo! Já não consigo sentir nada por ti! Não preciso continuar simplesmente a fingir, não preciso esquecer que apenas quero partir, não preciso nem quero continuar a viver assim, não quero mais manter o que há muito chegou ao fim! Já não consigo sentir nada por ti!
O ruidoso silêncio da tua forte ondulação traz-me uma estranha paz e luz interior, um estranho sentimento de pura libertação de tudo o que existia no minuto anterior. Inspiro a tua maresia fresca e salgada que me enche o coração de nova energia, que me deixa a alma serena e lavada como se apaziguasse toda a dúvida que trazia. A imensidão da tua grandeza rebelde e indomável acalenta o ritmo outrora agitado dos pensamentos, e, num rebentar de espuma branca e inalcançável mostra-me a beleza mais pura dos momentos...
Dás-me uma paz que não consigo explicar, renovas-me uma força que nem sabia ter, tornas-me uma amante dedicada a ti oh mar que abres os braços de espuma para me receber. Aqui não há passado, nem sombra do presente, aqui não há futuro, nem dúvidas, nem questões, aqui só existe a tua presença forte e eloquente que silencia os medos e aplaca as indecisões. Aqui não ouço mais do que a tua voz que se impõe face à fragilidade do meu ser, aqui os novelos desfazem os frágeis nós que deixam a vida solta para acontecer....