Avançar para o conteúdo principal

Estranhezas

Existem regras, que apesar de na verdade não existirem, são tacitamente aceites e "definem" os padrões do socialmente aceite e supostamente correcto.
Olha-se com estranheza aqueles que contrariam essas regras, os que as subvertem, os que as ignoram, os que ousam viver e que não se limitam a existir e a agir de acordo com o que os outros pensam.
Olha-se com estranheza os que ousam viver...os que ousam fazer alguma coisa, os que não se limitam a ficar sentados a ver a vida passar.
Olha-se com estranheza os que ousam corrigir o rumo das coisas, os que ousam viver a vida e ser felizes em vez de seguirem o que os outros pensam e convencionam como correcto.
Olha-se com estranheza os que são apelidados de "estranhos" porque estes saem dos padrões definidos, porque sonham sonhos que são seus e anseiam alcançar metas que são só suas.
Olha-se com estranheza os que ousam sair da sua zona de conforto, os que ousam querer mais, os que ousam fazer mais e fazer diferente, os que ousam ser quem são e não quem os outros querem que sejam.
Na verdade olha-se com estranheza tudo e todos os que fujam aos padrões... mas afinal quem ditou esses padrões? Onde estão escritos? Onde estão divulgados? Quem os aprovou? Quem fez deles regra ou quem elaborou a lei? Bom... não me parece que esse processo tenha existido... não me parece que alguém tenha decidido que é mais bonito ser magro que gordo, que é mais interessante ser alto que baixo, que é mais inteligente ser moreno que louro ou outras coisas  mais. O que me parece é que existe uma estranha necessidade de rotular pessoas e situações, como se isso tornasse quem o faz mais apto ou mais correcto, como se isso tornasse quem o faz mais perfeito ou mais feliz, como se isso fosse de facto relevante...
A verdade é que rótulos são adequados para objectos, para frascos, latas e afins, não para pessoas. 
Cada pessoa tem  sua própria identidade, o seu grão de loucura e a sua sanidade, os seus encantos e os defeitos...mas cada um é livre de ser quem e como quer...e talvez se usássemos mais respeito e menos rótulos não tivéssemos um sociedade tão deturpada e disfuncional, tão infeliz, tão insatisfeita e tão mesquinha, tão cruel e tão violenta, tão perdida e tão vazia... 

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Tu és música que dança...

Tu és salsa, bolero, forró ou mesmo sambinha de uma nota só, tu és valsa ou tango argentino, tu és as notas do meu destino. Tu és merengue, mambo, lambada ou mesmo uma rumba bem ritmada, tu és fandango, corridinho, malhão, tu és música que dança no meu coração.

Aprende a afastar-te

Por mais difícil que por vezes possa parecer, chega uma altura em que temos de aprender a valorizar-nos e sobretudo temos de entender que na verdade somos a única pessoa imprescindível na nossa vida... aceitar que todos os que nos fazem mal e nos tentam cobrir com a sombra da sua má energia estão a mais e não nos fazem falta. Era bom se na vida real houvesse um botãozinho que desse para bloquear certas pessoas, assim libertávamos espaço para as coisas que valem a pena, para pessoas que realmente importam e deixávamos ir a flutuar no espaço as criaturas que nos atrasam, nos diminuem e nos arrastam para o poço negro da energia negativa. Aprende a afastar-te daqueles grandes amigos que só se lembram de ti quando precisam de alguma coisa ou quando lhes podes ser útil de alguma forma... aprende a afastar-te daquelas pessoas que te drenam a energia e te esvaziam a paciência... aprende a afastar-te daquelas pessoas que "morrem" por atrair atenção e compaixão quando na verdade tudo n

Chão

Tojos, arbustos, carqueijas, giestas, mato, rosmaninho, arruda e ervas benfazejas,  aves que fazem ninho, rochas ingremes e salientes,  águas frias e correntes, aldeias aninhadas no sopé, montes a perder de vista,  ermidas erguidas na fé, terra que o coração conquista, serenidade que embala e acalma, verde manto que o olhar prende, paraíso que nos acalenta a alma, chão que nos embala e entende!