As últimas cores de Outono vestem-me a alma de esperança,
sei que uma época termina para dar lugar a uma outra,
sei que para além do que a alma sente e a vista alcança
uma nova época, uma nova fase começa aqui e agora.
Despe-se o manto de cores douradas, de tons de vermelho,
veste-se o manto de frio, de vento, de chuva e branca neve,
esconde-se a quente alma adormecida atrás de um espelho
que sem luz, sem sol, sem esperança de pouco ou nada serve.
Morrem as folhas, despem-se as árvores, arrefecem as emoções,
hibernam alguns animais e, a bem da verdade, alguns sentidos,
adormecem sonhos, para mais tarde despontar em novas sensações,
em novas etapas, novas vidas, em despertar de amores esquecidos.
As últimas cores do Outono trazem esperança e espalham tristeza,
encerram um ciclo e dão lugar a outros plenos de novas sensações,
trazem consigo a eterna e por vezes tão esquecida certeza
de que a vida é feita de ciclos, de renovação... de tantas estações...
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