Retumbam bem dentro da minha alma os sons abafados De mil e um trovões numa noite de tempestade angustiada, De um turbilhão de pensamentos inquietos e malfadados Que me trazem a vontade rendida e à incerteza agrilhoada. Ecoam no fundo do meu peito os sons de um coração Estilhaçado pelas dúvidas e trespassado pela incerteza, De um coração que tenta em vão arranjar uma explicação Para justificar o seu medo e a sua máscara de cruel frieza. Ressoam no fundo do meu espírito ecos de coisas passadas Que me transformaram o querer e me transfiguraram o ser, Lembranças de coisas outrora amadas e hoje tão odiadas Que me espezinharam a essência e me toldaram o viver. Rugem nas profundezas do meu ser fantasmas aprisionados Que nunca tive coragem para deixar partir em liberdade, Fantasmas que me acorrentam no medo e que, a teu lado, Me impedem de encontrar uma nova esperança de felicidade. (Porque por vezes o medo de soltar as amarras do passado nos impede de navegar nas águas do futuro)
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