Avançar para o conteúdo principal

Amigos de papel

Nota prévia: Este poema foi escrito há alguns anos, numa altura em que era comum
ter-se correspondentes ou pen-friends, se preferirem. Nessa época era comum trocar cartas, daquelas tradicionais onde o cheiro do papel se misturava com as palavras que bailavam nas linhas de cada folha. Nessa época era uma emoção abrir a caixa do correio e encontrar lá a dita cartinha.
Hoje em dia... bom, escrever cartas caiu em desuso... infelizmente. Hoje em dia há os e-mails, os chats, os sms, os mms, o famoso messenger e não sei mais quantas formas de comunicação. São bons meios para comunicar, para nos deixar a um clique das pessoas que nunca vimos ou daquelas de quem apenas estamos fisicamente longe. Não tenho nada contra, antes pelo contrário, sou adepta dessas novas "modas". Mas em abono da verdade não há nada como uma carta à moda antiga... digam lá o que disserem nada se compara ao prazer de escrever uma carta, selá-la, colocá-la no correio e saber que esse gesto vai, nem que seja por um segundo, significar tanto para alguem...
:) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :)

Nunca ouvi a tua voz e no entanto já trocámos mil palavras,
falámos de nós, falámos da vida, usámos palavras doces e amargas,
falámos de gostos e desgostos, sonhos, tristezas, alegrias e amizade,
falámos de coisas que não têm medida nem sequer idade.
Nunca vi o brilho do teu olhar e no entanto sei que ele existe,
sei que no teu olhar mora a imensidão do mundo que já viste,
sei que nele moram mil sonhos, emoções, mil e um devaneios,
sei que nele se reflectem as tuas incertezas e os teus receios.
Nunca ouvi o som do teu riso e no entanto sei que é puro,
sei que nele está presa a imensa voz de um imenso futuro,
sei que mesmo longe ele ilumina as pedras de algum caminho,
sei que ele é expressão de um coração que não mais será sozinho.
Nunca te vi e no entanto sinto que toda a vida te conheci,
renovei em ti a amizade que um dia tive e jamais esqueci,
renovei a esperança num mundo mais doce e mais amigo,
renovei o desejo de encontar quem caminhasse junto comigo.
Somos dois estranhos que se conhecem e se aceitam,
somos dois diferentes que se aceitam e respeitam,
somos a prova de que amizade não tem barreiras nem preconceitos,
somos a prova de que ser amigo é aceitar as virtudes e os defeitos.
Somos caminhantes na mesma estrada a que ambos chamamos vida,
somos exploradores no trilho de uma palvra quase perdida,
somos o realizar de um sonho à muito desejado e perseguido,
somos a prova que mais forte que Distância é a palavra Amigo!

Comentários

Mensagens populares deste blogue

É dificil

  É difícil não nos deixarmos afectar pelo que nos rodeia, sobretudo quando irradia energia negativa por todo o lado. É difícil não deixar que a energia negativa nos envolva e perturbe. É dificil aprender a lidar com a agressividade gratuita, com a necessidade de espezinhar para mostrar poder, com a inata vontade de espalhar a frustração agredindo quem está em redor. É dificil manter a sanidade no meio de uma insanidade descontrolada e despropositada... O que fazer? Sofrer com isso ad eternum ou mandar à merda mentalmente e seguir em frente!

Chão

Tojos, arbustos, carqueijas, giestas, mato, rosmaninho, arruda e ervas benfazejas,  aves que fazem ninho, rochas ingremes e salientes,  águas frias e correntes, aldeias aninhadas no sopé, montes a perder de vista,  ermidas erguidas na fé, terra que o coração conquista, serenidade que embala e acalma, verde manto que o olhar prende, paraíso que nos acalenta a alma, chão que nos embala e entende!

Pessoas que irritam!

Existem dois tipos de pessoas que me irritam particularmente: os sabe tudo e os quero lá saber. Os sabe tudo são aquela espécie de criatura que mesmo quando estão num local para aprender acham sempre que sabem tudo, aquelas pessoinhas que não fazem nada de jeito mas se acham os maiores, aquelas criaturas que diminuem tudo o que os outros fazem mas que na verdade não fazem nada de jeito. Aquelas pessoas que se acham os Reis da cocada preta mas que na verdade não passam de b obos da corte. Os quero lá saber são aquele tipo de pessoa que não se interessa por nada, que não quer aprender nem saber mais, que não faz um esforço para evoluir e desenvolver capacidades. São aquele tipo de pessoa que anda por ver andar os outros, vão atrás das modas mas são incapazes de contribuir para o progresso ou para a mudança. São aquele tipo de pessoa que se está pouco borrifando para o que os rodeia, desde que estejam cómodos querem lá saber do resto. São dois tipos de pessoa que me irritam, a...