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Balanço

Existem certas alturas em que por diversas razões sentimos necessidade de fazer um balanço, sentimos necessidade de avaliar o nosso percurso, a nossa existência e a nossa capacidade de existir.
Quando se aproxima o final de mais um ano sentimos necessidade de fazer um balanço, de olhar para trás na esperança de descobrir o que nos espera mais à frente.
E quando fazemos esse balanço descobrimos um pouco mais sobre nós, sobre o mundo que nos rodeia, sobre a forma como nos relacionamos com os outros, os caminhos, as curvas e as contracurvas do nosso percurso passageiro por esta existência terrena. Na verdade acabamos por descobrir muito sobre a vida...
E no momento de fazer o balanço percebemos... percebemos que o que realmente importou, o que realmente ficou, o que realmente marcou não foram os planos que fizemos, não foram os projectos que idealizámos, não foram as programações, as combinações e os horários que tentámos cumprir, não foram os sonhos nem os ideais... o que realmente importou, o que marcou na verdade foram os abraços e os beijos que demos com vontade, foram as gargalhadas espontâneas, foram os encontros não planeados, foram os sorrisos calorosos e os olhares trocados, foram os gestos sinceros e as palavras sentidas, foram as horas que nem demos por passar, foram as pessoas que genuinamente nos fizeram ver para além do óbvio, foram as atitudes inesperadas e corajosas de mudança ...na verdade o que fica e o que realmente importa não é a vida que sonhámos, que desejámos, que idealizámos e pela qual passámos alheios e conformados...O que importa é que vivemos...o que importa é que não nos limitámos a existir...alheios ao facto de que viver é um acto de coragem, de mudança, de construção, de evolução...o que realmente fica para além do tempo, para além de nós e da nossa passagem efémera por este mundo é que ousámos viver! 

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