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Ela parecia um icebergue...

Esquecer? Isso é que estava a ser complicado. 
Nem ele sabia o quanto aquela mulher havia bagunçado a sua vida e misturado numa confusão, sem fim à vista, os seus sentimentos.
Ela tinha um ar gélido, distante, frio e inalcançavel que o atraia e ao mesmo tempo o fazia recuar... Não sabia ao certo o que sentia por ela, mas sabia que sentia qualquer coisa nova e diferente.
Mas, talvez fosse melhor não sentir, estava de bem com a vida que tinha, continuava a viver no conforto da casa dos pais e a usufruir das mordomias que o estatuto familiar lhe permitia e não estava preparado para que alguém como ela lhe entrasse porta dentro e lhe virasse os planos do avesso.
Decidiu manter as guardas em cima embora quisesse mostrar que estava de peito aberto e por isso mostrava ser o que não era na esperança que isso bastasse para ela se afastar.
Ainda para mais eram de mundos tão diferentes...como é que ele podia um dia pensar levar alguém como ela ao museu opulento que era a sua casa e apresenta-la à família? No mínimo dava-lhes uma coisinha má...por muito especial que ela fosse, não era ela que o ia levar para o mundo real, sem mordomias, sem luxos e sem estatuto. Foi assim que começou a pensar na forma de a afastar, sem levantar suspeitas, garantindo que a sua reputação se mantinha intacta, bem como o estatuto de solteirão cobiçado.
E só quando conseguiu afasta-la da sua vida, antes que ela pudesse entrar e fixar-se nela, é que percebeu que aquela mulher que parecia um icebergue  escondia um coração de ouro e tinha um sol imenso e radioso dentro de si, uma ternura, um amor, uma doçura, que nenhuma outra poderia igualar... infelizmente percebera tarde demais... e agora...agora restava-lhe libertar a frustração nas almofadas de penas de ganso que, agora, apenas serviam para lhe secar as lágrimas...

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