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Realmente há coisas que não se entendem…a mim pelo menos fazem-me confusão.
Talvez pareça uma idiotice, mas faz-me confusão as pessoas que dizem uma coisa e fazem outra, que sentem uma coisa e agem de forma contrária, que querem uma coisa e lutam por outra diferente… porquê que me faz confusão? Simplesmente porque não sei como lidar com essas pessoas, tenho dificuldade em relacionar-me com elas e sobretudo não sei muito bem como me dirigir a elas.
Como diabo é que uma pessoa quer muito, muito, muito uma coisa e depois não faz nada para a conseguir? Isso a mim faz-me confusão.
Outra coisa que não entendo são aquelas pessoas que passam a vida a lamentar-se das desgraças que lhe acontecem e que parecem nunca estar satisfeitas com nada e que até quando contamos algo mau que nos aconteceu eles têm de ter uma história pior para contar, quando temos uma dor num dedo eles têm de ter uma na mão toda! É como se só se sentissem bem a ser mais desgraçados que os outros todos…dá para perceber? Não, não dá! E o que também não há é paciência para os aturar!

Parece impossível… nós que em tempos que já lá vão fomos um povo de aventureiros, que fomos donos de metade de mundo, hoje em dia temos até receio de poder incomodar o vizinho do lado ao chamarmos-lhe a atenção para a música alta a altas horas da noite ou para os pelos e outras coisas afins que o cãozinho vai largando pelas escadas de acesso, aturamos o tipo que passa alegremente o almoço com o garfo numa mão e o cigarro na outra a encher de fumo os pulmões dos outros, calamo-nos perante o idiota que nos passa a correr à frente só para tirar primeiro o ticket na fila da peixaria… enfim, tornámo-nos uns tristes conformados.

O pior é que depois passamos a vida a descarregar nos outros a nossa frustração, descarrega-se nos filhos depois de um dia de trabalho, no marido ou na esposa quando o dia não correu bem, nos colegas de trabalho quando em casa o clima anda tenso, enfim…descarregamos na primeira pessoas que nos aparece, mesmo que a pobre criatura não faça ideia do que estamos a dizer.

Será que já ninguém dá valor às coisas simples e boas da vida? Como acordar de manhã, como um pôr-do-sol, como o desabrochar das flores na primavera, como o sorriso de uma criança? Será que perdemos a capacidade de escutar os outros? De nos alegrarmos com as boas novas dos outros? De nos congratularmos com a sua felicidade em lugar de sermos carpideiras da vida miserável que afinal não temos? De olharmos para os outros e de os vermos efectivamente? Será que perdemos a capacidade de ver além do nosso umbigo? Será que perdemos a capacidade de lutar pelos nossos sonhos? Será que perdemos a capacidade de avançar destemidamente pela vida?

Não sei…apenas sei que cada sinto mais dificuldade em me ajustar a esta nova sociedade, a este ritmo, a esta forma de vida…posso submeter-me, mas render-me nunca!

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