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Lá fora...

Lá fora a chuva cai insistente e constante
Com a fluidez de quem está habituado
A desprender-se do céu e a deixar-se cair
Sobre a terra que lhe abre os braços sequiosa…
Lá fora o vento sopra forte e poderoso
Com o assobio de quem dobra as esquinas
E verga os ramos das mais frondosas árvores
Como se de delicadas flores se tratasse…
Lá fora o céu vestiu-se em tons de cinzento
Com a tristeza de quem aguarda o brilho do sol
Na certeza de que as noites serão mais belas
E os dias serão mais longos e mais alegres…
Lá fora a rua vestiu-se de um vazio silencioso
Entrecortado pelo barulho dos carros que
Ocasionalmente passam compensando
A falta de gente que se refugiou em casa…
Lá fora o frio enche o Inverno do seu rigor
Que afasta da rua o bulício habitual
E que convida ao conforto de uma lareira
Debruçada sobre as páginas de um livro…
Lá fora está o mundo que olho através do vidro
Molhado que transformou a minha janela
Num pedaço de vidro gelado onde o calor
Que exalo se torna tela onde rabisco desenhos…

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É dificil

  É difícil não nos deixarmos afectar pelo que nos rodeia, sobretudo quando irradia energia negativa por todo o lado. É difícil não deixar que a energia negativa nos envolva e perturbe. É dificil aprender a lidar com a agressividade gratuita, com a necessidade de espezinhar para mostrar poder, com a inata vontade de espalhar a frustração agredindo quem está em redor. É dificil manter a sanidade no meio de uma insanidade descontrolada e despropositada... O que fazer? Sofrer com isso ad eternum ou mandar à merda mentalmente e seguir em frente!

Tu és música que dança...

Tu és salsa, bolero, forró ou mesmo sambinha de uma nota só, tu és valsa ou tango argentino, tu és as notas do meu destino. Tu és merengue, mambo, lambada ou mesmo uma rumba bem ritmada, tu és fandango, corridinho, malhão, tu és música que dança no meu coração.

Chão

Tojos, arbustos, carqueijas, giestas, mato, rosmaninho, arruda e ervas benfazejas,  aves que fazem ninho, rochas ingremes e salientes,  águas frias e correntes, aldeias aninhadas no sopé, montes a perder de vista,  ermidas erguidas na fé, terra que o coração conquista, serenidade que embala e acalma, verde manto que o olhar prende, paraíso que nos acalenta a alma, chão que nos embala e entende!