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Não desisto de ti... de mim...

Sei que me olham de soslaio quando chuto pedras na rua, quando paro a tentar fazer festas a todos os gatos que encontro, quando assobio uma melodia qualquer ou quando simplesmente sem dar conta trauteio desafinadamente uma canção...

Sei que comentam quando visto aquela roupa colorida, cheia de padrões psicadélicos ou quando o cabelo rebelde amanhece indomável e não há gel nem escova que o faça ficar perfeitamente penteado...

Sei que interiormente condenam as minhas atitudes, as aventuras em que embarco, as coisas que finalmente ganhei coragem de fazer e que ingenuamente insisto em partilhar...

Sei que gostavam que fosse diferente, que fosse socialmente mais adequada, que me comportasse de acordo com a minha idade, como se trepar árvores ou saltar poças de água tivesse uma idade certa para se fazer...

Sei que preferiam que fizesse parte dos padrões socialmente correctos, que fosse uma lady... 

Pergunto-me se estou assim tão errada? Será assim tão errado querer viver e aproveitar os momentos? Será assim tão errado querer ver a vida com cores bonitas? Será assim tão errado querer manter viva a chama da vontade de aprender, de viver, de descobrir, de conhecer? Será assim tão errado querer acreditar que a vida não tem de ser cheia de regras e protocolos?

Não sei... apenas sei que não vou desistir... não vou ignorar... não vou asfixiar... nem vou esconder... vou manter viva, vou cuidar e estimular a criança que ainda existe dentro de mim!

Podem condenar, podem comentar, podem achar cobras e lagartos...apenas tenho uma coisa a dizer: triste de quem mata a sua criança interior... triste de quem prefere "morrer" para a vida do que ousar vive-la...

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  É difícil não nos deixarmos afectar pelo que nos rodeia, sobretudo quando irradia energia negativa por todo o lado. É difícil não deixar que a energia negativa nos envolva e perturbe. É dificil aprender a lidar com a agressividade gratuita, com a necessidade de espezinhar para mostrar poder, com a inata vontade de espalhar a frustração agredindo quem está em redor. É dificil manter a sanidade no meio de uma insanidade descontrolada e despropositada... O que fazer? Sofrer com isso ad eternum ou mandar à merda mentalmente e seguir em frente!

Chão

Tojos, arbustos, carqueijas, giestas, mato, rosmaninho, arruda e ervas benfazejas,  aves que fazem ninho, rochas ingremes e salientes,  águas frias e correntes, aldeias aninhadas no sopé, montes a perder de vista,  ermidas erguidas na fé, terra que o coração conquista, serenidade que embala e acalma, verde manto que o olhar prende, paraíso que nos acalenta a alma, chão que nos embala e entende!

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Quando tudo terminar o que fica para além de ti, e que é de facto importante, é quem foste, o que fizeste, as memórias que criaste, as recordações que construíste, a marca que impregnaste em quem ficou, as gargalhadas que provocaste, os momentos que partilhaste. A riqueza desgasta-se, os títulos perdem-se, os dotes desvanecem-se, as propriedades decaiem e muitas vezes caiem por terra... Mas as acções que fizeste, as causas que defendeste, as vidas que tocaste, as recordações que construíste, as memórias que deixaste são indeléveis e perduram para além do tempo. Não te preocupes em ser uma boa pessoa, preocupa-te em ser uma pessoa boa porque no fim é isso que vai ficar na memória e no coração daqueles cuja vida cruzaste por este ou aquele motivo. O que fica na verdade é a vida que se viveu...não o que poderia ter sido, o que poderia ter tido, o que poderia ter feito!  O que fica são as palavras que nos tocaram o coração, os sorrisos que nos aqueceram a alma, os gesto...