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Aquele preciso momento

Sabes aquele preciso momento, aquela fracção de segundo, aquela centelha de tempo em que à velocidade da luz és atingido com a violência de um murro no estômago pela mais simples das realidades: há coisas que não valem a pena!

De repente, num estalar de dedos, apercebes-te de uma coisa que andas há dias, há meses, há semanas, por vezes até há anos a rondar sem no entanto nunca perceber… e sentes-te parvo… como se fosses a única pessoa incapaz de ver o que te rodeia.

Num breve momento percebes que na verdade criaste expectativas vãs, acreditaste num instinto que te falhou, insististe numa coisa que não valia o teu tempo nem o teu esforço, seguiste o teu coração mas na verdade ele levou-te por um caminho que tu não estás disposto a percorrer.

Naquela fracção de segundo é como se o mundo ligasse todos os holofotes e tu fosses iluminado por uma luz que te mostra o quão fora da realidade tu estavas ao insistir, o quão despropositada era a tua vontade de concretizar o inconcretizável, o quanto tu te enganaste…ou quiseste enganar-te, sim às vezes é mais fácil deixarmos-nos enganar do que assumir de caras que a lei das probabilidades está contra ti. Naquela fracção de segundo tu tornaste consciente da irrealidade das tuas expectativas, de como o tempo tem tempos diferentes, de como a assincronia temporal é na realidade uma grandíssima porcaria!

Sabes, aquele preciso momento em que tomas consciência, aquele momento em todas as luzes de acendem, todos os alarmes tocam e tu percebes que na realidade te enganaste a ti mesmo, que te convenceste a ti mesmo que desta vez seria diferente, que acreditaste que às vezes as pessoas são mais do que parecem, em que tu percebes que todos escondemos segredos, que todos somos muitos num só… que só vemos das pessoas aquilo que elas nos permitem ver.

Sabes, aquele momento em que tu acordas do coma existencial em que tens vivido, tiras os óculos cor-de-rosa e vês o mundo como ele é…em que vês a realidade e não a realidade que tu imaginaste ou desejaste, aquele momento em percebes que te tens andado a enganar, que tens andado a fantasiar e que te auto transportaste para um universo paralelo onde a vida é o que tu sonhaste e como tu imaginaste… aquele momento em que como se fosses uma slot machine te cai a ficha.


Sabes aquele preciso momento, aquela milésima de segundo, aquela ínfima unidade de tempo em que à velocidade da luz és atingido com a violência de um murro no estômago pela mais simples das realidades: há coisas que não valem a pena… então esquece e começa de novo… 

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